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  • Foto do escritorDaniel Santos

Supply Chain Pós Covid-19: a Retomada

À primeira vista, o mundo está ansiando por uma volta à normalidade, com vários países na verdade, já tendo aberto seus comércios e a população voltado às ruas. Mas podemos chamar isso de um regresso à normalidade? Como o desempenho de toda a cadeia produtiva foi afetado pela crise e como está sendo a sua retomada da Supply Chain pós covid-19?

O Brasil, por sua dimensão continental, e por talvez não ter sido tão rigoroso no começo com as medidas protetivas, têm demorado mais tempo a voltar à essa almejada normalidade e assegurar o ir e vir da população sem o risco de um novo pico de contaminação.

A princípio, o Brasil se prepara neste momento para uma abertura. No entanto, ainda há pouco consenso entre políticos, sociedade e empresas. A crise sanitária abalou profundamente a economia e a vida das pessoas. Será que seremos os mesmos?

Do mesmo modo, a cadeia de suprimentos vêm sofrendo com todas essas mudanças, que chegaram sem aviso prévio. Nossas debilidades ficaram claras. Não estamos preparados para mudanças abruptas no script. Trabalhamos na Supply Chain para termos o máximo de previsibilidade possível. E, essa pandemia mudou o nosso status quo.

Como o Desempenho da Supply Chain foi Afetado?

Primeiramente, vamos pensar em apenas alguns itens mais procurados nos últimos meses: álcool, álcool gel e máscaras. Com a demanda destes itens num patamar muito maior do que a cadeia de suprimentos estava acostumada a lidar, transferindo de um lugar para o outro, não foi possível acompanhar o ritmo.

Não que não tivéssemos a capacidade de transportar tal volume, mesmo porque, tivemos a interrupção no fornecimento de vários outros itens devido à necessidade repentina de distanciamento social e fechamento do comércio em geral.

Mas, essa intrincada rede desde o fabricante, armazéns, transporte e varejo, não conseguiu se atualizar na velocidade que o mercado precisava. Imagine quando se trata de um produto ou matéria-prima que vem de outro país!

Além disso, a situação da pandemia também expôs a fragilidade da dependência da produção centralizada na China. Esse foi um tema muito questionado e combatido nesses últimos meses.

Capacidade de Reação da Cadeia de Abastecimento na Crise

Num primeiro momento, com o medo do lock-down, tivemos um aumento no consumo de alimentos nas casas, pois as pessoas estavam estocando. Alimentar é uma necessidade básica do ser humano e só de pensar em passar por uma escassez de alimento, gera um medo na população.

Vimos muitas imagens de supermercados com prateleiras vazias. Isso tem um grande impacto na logística e toda a cadeia. Por isso, enquanto todos estavam sendo orientados a ficarem em casa, as pessoas que trabalham na cadeia de suprimentos estavam sendo convocadas a seguirem trabalhando ou trabalharem ainda mais, a depender do setor.

Foi necessário garantir o abastecimento de supermercados, principalmente com alimentos e produtos de higiene pessoal e do lar e máscaras de proteção. Por outro lado, tudo que não era de necessidade básica foi cortado num primeiro momento, gerando em muitos casos um excesso de estoque de alguns itens ou menor rotação desses estoques.

Nesse sentido, a pandemia expôs uma grande fragilidade de toda a Supply Chain, a dificuldade de reação quando acontecem interrupções repentinas do fornecimento de algum produto, neste caso, em grande escala.

O Aumento do e-Commerce e a Supply Chain Pós Covid-19

Seja como for, com o prolongamento da pandemia e do distanciamento social, as empresas tiveram que se re-inventar e houve um crescimento das vendas online. Sem ter como vender seus produtos nos canais tradicionais, o e-commerce, que muitas vezes já estavam no desejo das empresas, foi rapidamente tirado do papel.

Então, de novo as empresas de logística tiveram que se adaptar rapidamente, para atender aos segmentos que estavam demandando mais, e agora às empresas que tiveram que criar uma estrutura logística para e-commerce, em um tempo recorde.

O Decreto 10.282 ratificou, em seu Art. 3º, os Serviços Postais como essenciais, possibilitando à população acesso as suas encomendas, o que também favoreceu a migração de muitas empresas ao e-commerce e fazendo os produtos chegarem em qualquer lugar do Brasil.

Antes algumas pessoas não tinham o hábito de comprar online, seja por resistência, por não confiar por exemplo passar os dados do cartão, seja pela preferência em poder ver e pegar o que se está comprando.

Mas a pandemia mudou esse hábito pois as pessoas não tinham escolha, se não comprar online. Isso sem dúvida é uma revolução pois quebrou uma barreira muito grande tanto para produtos quanto para serviços.

Por outro lado, essa mudança de hábito, mudando os caminhos tradicionais de produtos do fornecedor ao consumidor trará novos desafios e consequentemente vai requerer novas soluções a serem consideradas na Supply Chain pós covid-19.

Como ficará a Supply Chain Pós Covid-19?

Uma coisa é certa. A pandemia mostrou o quão fundamental é a Supply Chain como orquestradora de todos os bens de consumo, essenciais ou não à população e empresas.

Assim como os serviços essenciais não puderam parar, a Supply Chain também não pôde. É a Supply Chain que possibilita a conexão entre todos os setores da sociedade por onde qualquer tipo de bem é circulado.

Ficou muito notório que o serviço prestado pela Supply Chain é um serviço de necessidade básica. E como tal, precisa funcionar bem.

Como vimos que padrões de consumo podem mudar de uma hora para a outra causados por fatores nem sempre previsíveis, fica evidente que os sistemas, processos e estruturas das empresas precisam ser mais ágeis para acompanhar as mudanças.

A Importância da Transformação Digital para a Supply Chain pós Covid-19

A informação mais do que nunca tornou-se fundamental neste período. Quanto produto você pode comprar, armazenar e comercializar? Sabemos que é um desafio grande para fornecedores lidar com tamanha elasticidade. E a coordenação de informações foi bastante relevante nesse período.

Logo, com os problemas que tivemos em toda a cadeia de suprimentos, desde a concentração da produção de produtos até o transporte muitas vezes lento, ficou notória também a complexidade e amplitude da Supply Chain nos dias de hoje.

Assim, a pandemia acelerou e aprofundou várias tendências que já vinham sendo sinalizadas: diversificação da base de fornecedores, disseminação das ferramentas digitais, novos canais de distribuição, consumo de produtos locais e investimento na automação da cadeia de suprimentos.

Por último, toda essa situação evidenciou uma série de problemas que temos na Supply Chain mas, por outro lado, mostra as oportunidades onde podemos atuar. Também ficou bastante evidente a necessidade de automatizar processos e informações para diminuir gargalos e buscar melhorar a Supply Chain pós covid-19.

Vamos aproveitar o momentum de colaboração e flexibilidade que muitos parceiros tiverem que exercer, para fazermos transformações mais profundas e buscar as soluções propostas e previstas para se implementar uma Logística 4.0.

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